O relatório global de tendências migratórias da Fragomen trouxe à tona um dado surpreendente: em 2023, já existiam 35 milhões de pessoas que adotaram o nomadismo digital. Ainda mais impressionante é a projeção desse estudo, que prevê que, até 2035, o mundo contará com 1 bilhão de adeptos desse estilo de vida.
Mas, o que é esse fenômeno que vem ganhando tanta popularidade e atraindo cada vez mais profissionais interessados ao redor do mundo?
Com o avanço das tecnologias que possibilitaram o trabalho remoto, profissionais de diversas áreas estão buscando alternativas para escapar de uma rotina exaustiva e monótona.
Neste contexto, será explorado o que são nômades digitais, como eles trabalham, suas características, motivações, desafios e como um modelo de trabalho pode trazer maior liberdade para a execução desse estilo de vida.
Principais pontos do texto:
- O que são nômades digitais?
- Como eles trabalham?
- Características do nomadismo digital
- Desafios ao longo do caminho
- Como se tornar um nômade digital?
- Modelos de trabalho que favorecem o nomadismo digital
- A relação do cooperativismo com o nomadismo digital
- Conclusão
O que são os nômades digitais?
São profissionais que buscam maior liberdade e flexibilidade em suas rotinas de trabalho, dessa forma, viajando o mundo e criando conexões com diferentes culturas e pessoas.
Isso traz a possibilidade de trabalhar em qualquer lugar do mundo, desde que tenham acesso a uma conexão boa com a internet.
Pessoas que aderem a esse estilo de vida costumam frequentar espaços de coworking, cafés, hotéis e casas temporárias, afinal, estão sempre em movimento.
Como eles trabalham?
Esse aspecto varia muito de profissional para profissional, essa diversidade se amplia ainda mais quando consideramos as empresas que contratam esses profissionais. Alguns nômades digitais atuam na prestação de serviços, enquanto outros possuem seus próprios negócios, cada um com suas próprias demandas e desafios.
Mas uma certeza que permeia a vida de todos esses profissionais é a dependência da tecnologia, em particular, da computação em nuvem.
Sem essa tecnologia, não seria possível a gestão de projetos de forma eficiente (em plataformas como Trello e Asana), e muito menos serviços de armazenamento em nuvem (como Google Drive e Dropbox).
Características do nomadismo digital
Representando um estilo de vida que atrai cada vez mais pessoas em busca de liberdade e flexibilidade. As principais características desse modo de viver incluem:
Liberdade geográfica
Essa liberdade permite que os profissionais trabalhem em qualquer lugar do mundo, desde que haja uma conexão boa com a internet.
Isso abre portas para a exploração de diferentes culturas, paisagens e ambientes. Imagine começar o dia com uma reunião virtual em uma praia em um estado e, no mês seguinte, trabalhar em um ambiente completamente diferente.
Essa mobilidade global não só enriquece a vida profissional, mas também oferece experiências culturais inestimáveis.
Qualidade de Vida
Muitos nômades digitais optam por viver em cidades com um custo de vida mais baixo, o que lhes permite maximizar seu poder de compra e melhorar sua qualidade de vida.
Por exemplo, o que um profissional gastaria com aluguel mais caro em São Paulo pode optar por viver confortavelmente em outras regiões e cidades com um custo menor.
Esse movimento estratégico não só economiza recursos, mas também oferece um estilo de vida mais proveitoso e satisfatório, com acesso a melhores opções de lazer, alimentação e moradia.
Desenvolvimento Pessoal
Os nômades digitais são desafiados a adaptar-se, aprender e integrar-se em novas comunidades ao viver em diferentes partes do mundo.
Essa experiência promove habilidades de resolução de problemas, resiliência e uma compreensão mais profunda da diversidade humana.
Além disso, a necessidade de autogestão e disciplina no trabalho remoto fortalece competências como a autodisciplina e a organização pessoal.
Diversidade de experiências
Cada novo lugar oferece uma oportunidade para aprender algo novo, seja uma língua estrangeira, a culinária local ou uma tradição cultural.
Conhecer pessoas de diferentes origens e estabelecer conexões também amplia as perspectivas e redes de contatos profissionais e pessoais.
Essa diversidade de experiências não só enriquece a vida dos nômades digitais, mas também contribui para um portfólio único e muito rico.
Desafios ao longo do caminho
Estar ciente, tanto das características quanto dos desafios desse estilo de vida, é essencial para que o profissional possa entender o ecossistema no qual ele pretende se inserir.
Para isso, existem alguns pontos que precisamos nos atentar:
Conexão com a internet
Nem sempre é fácil encontrar uma conexão de internet estável e rápida, essencial para o trabalho remoto.
Em muitos destinos, especialmente em regiões menos desenvolvidas, a qualidade do sinal pode ser inconsistente, afetando diretamente a produtividade e a capacidade de se comunicar de forma clara com os membros da equipe.
Isolamento Social
Embora o nomadismo digital ofereça a oportunidade de conhecer novas pessoas e culturas, a falta de uma rede de apoio estável pode levar a sentimentos de solidão e desconexão.
Os nômades digitais, muitas vezes, se veem em um ciclo contínuo de chegadas e partidas. Esse fator pode dificultar o desenvolvimento de amizades significativas e duradouras, já que o tempo compartilhado com novas pessoas é frequentemente curto.
Burocracia excessiva com questões legais
Tanto no âmbito nacional quanto internacional, cada localidade possui suas próprias regulamentações. Manter-se atualizado sobre as exigências legais é crucial para evitar problemas que possam comprometer a atuação profissional.
No Brasil, por exemplo, a contratação de profissionais em diversos modelos de trabalho exige uma burocracia significativa por parte das organizações, podendo gerar custos adicionais e até mesmo a impossibilidade de atuação dos nômades digitais nas empresas. Da mesma forma, no cenário internacional, cada país tem suas próprias leis e regulamentos.
Adaptação constante
Manter uma rotina saudável em meio a viagens frequentes e mudanças constantes de ambiente exige uma adaptação contínua.
Desde se ajustar a novos fusos horários até encontrar espaços adequados para trabalhar e descansar, a necessidade de se adaptar repetidamente pode ser desgastante.
Planejar antecipadamente e criar uma estrutura mínima de rotina pode ajudar a mitigar esses desafios.
Como se tornar um nômade digital?
Tornar-se um nômade digital exige planejamento cuidadoso e a adoção de práticas que garantam uma transição suave e sustentável para esse estilo de vida.
Para esse objetivo, é necessário prestar atenção em alguns pontos:
Reserve recursos e faça um uso inteligente deles
Antes de partir, é crucial ter uma reserva financeira que cubra pelo menos alguns meses de despesas, incluindo acomodações, alimentação e transporte.
Planeje seu orçamento de forma a maximizar os recursos disponíveis, aproveitando oportunidades para economizar, como programas de milhagem, hospedagem em lugares mais acessíveis e refeições caseiras quando possível.
Além disso, opte por modelos de contratação que proporcionem menores custos e um aproveitamento maior da remuneração.
Pesquise sobre a estrutura dos locais onde for se hospedar
A escolha do destino deve levar em conta a infraestrutura disponível, especialmente a qualidade da internet e a existência de espaços de coworking. Pesquise também sobre a segurança, custo de vida, clima e comunidades locais de nômades digitais.
Sites como Nomad List e Nomad Gate podem oferecer insights valiosos sobre destinos populares.
Estabeleça uma rotina produtiva
Elaborar uma rotina ajuda a criar uma sensação de normalidade e estabilidade, mesmo em ambientes novos e variados, além disso, é importante organizar as tarefas diárias e semanais em uma lista de prioridades. Isso não apenas mantém esses profissionais focados, mas também ajuda a evitar a sobrecarga de trabalho.
Utilize ferramentas de produtividade e gestão de tempo, como Trello, Asana ou Notion, para manter o fluxo de trabalho organizado.
Mantenha uma comunicação sólida com os membros da equipe
Estabeleça horários para reuniões virtuais e atualizações de status, garantindo que todos estejam alinhados e informados sobre o progresso das tarefas. A clareza na comunicação ajuda a evitar mal-entendidos e mantém a colaboração fluida, independentemente da localização.
A própria agenda do Google tem recursos que permitem compartilhamento do seu calendário com os membros da equipe, de modo que estejam cientes de quando você estará disponível para os compromissos profissionais.
Modelos de trabalho que favorecem o nomadismo digital
Conforme a Lei n.º 14.442/2022, que trata do trabalho remoto, alguns pontos podem ser associados ao estilo de vida do nômade digital.
Essa lei estabelece que a legislação aplicável ao contrato será aquela da base territorial do estabelecimento de lotação, mesmo que o colaborador atue em localidades diferentes. Em outras palavras, prevalece a lei do local de contratação, não importando onde o serviço esteja sendo prestado por opção do profissional.
Embora essa lei tenha um aspecto favorável aos nômades digitais, ao evitar incongruências ao longo do caminho na empresa, existem desafios geográficos que podem dificultar a vida desses profissionais.
Modelos de trabalho tradicionais, como o CLT, geralmente oferecem benefícios mais voltados para a região onde se localiza a empresa. Quando um profissional está em outro estado, usufruir dessas vantagens de forma eficaz pode ser inviável.
Além disso, fatores como uma remuneração líquida reduzida devido à alta carga tributária e a falta de flexibilidade, podem impactar negativamente a qualidade de vida dos nômades digitais.
Para contornar estes “gaps” e ter um leque maior de benefícios, é recomendável optar por modelos de trabalho que ofereçam uma maior abrangência e suporte.
Nesse contexto, o cooperativismo se destaca como um modelo que não apenas incentiva, mas também apoia o estilo de vida dos nômades digitais.
A relação do cooperativismo com o nomadismo digital
Atualmente, algumas empresas optam por operar de forma remota, seja por escolha própria ou por necessidade. Essa estratégia visa reduzir custos e incentivar o investimento em profissionais altamente qualificados, como é o caso do nômades digitais. No entanto, essa prática pode gerar distanciamento, especialmente quando um membro da equipe está em outro estado.
Para enfrentar os desafios relacionados ao distanciamento geográfico e à burocracia excessiva, o cooperativismo 4.0 oferece uma solução para esses profissionais. Por meio de tecnologia e descentralização, é possível prestar serviços remotamente para outras empresas.
Diferentemente do modelo tradicional de trabalho, em que a empresa precisa lidar diretamente com todas as burocracias do colaborador, no cooperativismo, a cooperativa atua como intermediária na gestão e comunicação entre o prestador de serviços e a empresa contratante.
A contratação de talentos também é facilitada pela cooperativa, que atua como uma “ponte” entre profissionais de diversas regiões e a empresa. Essa abordagem se alinha perfeitamente ao estilo de vida dos nômades digitais, permitindo que ofereçam serviços sem a necessidade de uma estrutura física presencial. Além de manter a produtividade e a eficiência, essa prática reduz significativamente os custos, tanto para a empresa, quanto para os profissionais.
Além disso, em uma cooperativa, é possível obter uma remuneração líquida com maior aproveitamento em relação a outros modelos de trabalho, conforme a produtividade do profissional. É possível comparar entre as remunerações de diferentes modelos de contratação simulando em nossa calculadora virtual.
Profissionais cooperados têm acesso a benefícios mais acessíveis, como planos de saúde, odontológicos, seguro de vida e diversas opções de investimento. Esses benefícios contribuem significativamente para a otimização da remuneração desses profissionais, proporcionando maior segurança e bem-estar. O Club de Benefícios Corporis é um dos principais exemplos de ofertas exclusivas em uma ampla variedade de serviços e produtos, disponíveis para os membros associados a uma cooperativa.
Conclusão
O fenômeno do nomadismo digital já conta com milhões de adeptos e promete crescer ainda mais. Trazendo consigo uma série de pontos positivos, como a liberdade geográfica, a melhoria da qualidade de vida, o desenvolvimento pessoal e a diversidade de experiências.
No entanto, a burocracia excessiva em modelos de trabalho tradicionais, a falta de conexão desses profissionais com outras empresas e uma remuneração líquida menor, podem trazer dificuldades para adeptos deste estilo de vida.
Contribuindo com essa nova forma de trabalhar, o cooperativismo 4.0 surge como uma solução promissora, permitindo que os nômades digitais ofereçam seus serviços de forma remota a outras empresas por meio de uma cooperativa.
Este modelo não só incentiva o nomadismo digital, mas também oferece benefícios exclusivos, uma remuneração otimizada e maior conexão entre profissionais e empresas, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida desses profissionais.
Caso esteja interessado em se tornar um cooperado e contribuir com o seu trabalho, não perca mais tempo!
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