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Scrum: um guia de como implementar um framework competitivo para a gestão de projetos

Em pesquisa da Universidade Federal de Itajubá, realizada com uma empresa de tecnologia, concluiu-se que a aplicação do framework apresentou uma melhora na comunicação, redução de custos e otimização do tempo investido em tarefas.

O Scrum surge como a solução para equipes que desejam transformar desafios em resultados concretos. Mais do que uma metodologia ágil, o Scrum é um framework estratégico que permite gerenciar projetos com flexibilidade, colaboração e foco na entrega contínua de valor.

Sua origem no desenvolvimento de software não limita seu impacto; hoje, o Scrum é adotado em diversos setores, ajudando times a manterem-se organizados, produtivos e prontos para enfrentar mudanças com rapidez.

Neste artigo, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre o Scrum: desde sua história e pilares fundamentais até os papéis, artefatos, eventos que estruturam o processo e como você pode extrair o máximo desse framework através de um modelo de trabalho. 

Índice:

  • O que é o método Scrum e por que ele é tão popular?
  • A origem e o conceito por trás da metodologia
  • Como funciona o Scrum na prática?
  • Os três pilares que sustentam o scrum
  • Como aplicar esse framework na equipe com eficiência?
  • Quem faz o que no Scrum? Entenda os papéis principais
  • Artefatos do Scrum: como estruturar esse processo?
  • Cerimônias do Scrum: eventos que garantem o sucesso do projeto
  • Por que o Scrum é essencial para projetos ágeis?
  • Scrum ou Kanban: qual é o melhor para o seu projeto?
  • Adotar o Scrum sem dores de cabeça: desafios e como superá-los
  • Scrum e cooperativismo: transformando produtividade em resultados
  • Conclusão

O que é o método Scrum e por que ele é tão popular?

O Scrum é uma metodologia ágil de gerenciamento de projetos que visa entregar resultados rápidos e contínuos por meio de ciclos de trabalho curtos, chamados de sprints

Originado no desenvolvimento de software, o Scrum facilita a adaptação às mudanças e promove a colaboração entre equipes multifuncionais.

Abaixo é possível observar de forma mais visual o framework da metodologia Scrum:

A origem e o conceito por trás da metodologia

A história do Scrum começa na década de 1990, com Jeff Sutherland e Ken Schwaber, que queriam criar um framework para gerenciar projetos de forma mais eficaz. Inspirados em artigos acadêmicos e práticas de gestão ágil, eles desenvolveram o Scrum, nomeando-o com base em uma formação do rugby.

A ideia principal era simples: 

Criar um sistema onde equipes pudessem se reorganizar rapidamente e avançar em direção a seus objetivos, trazendo maior produtividade e agilidade nos processos. Isso fez com que diversos novos conceitos, como o backlog do produto e os sprints, fossem popularizados e tornassem padrões no gerenciamento de projetos modernos.

Hoje, o Scrum é um dos frameworks mais utilizados no mundo, especialmente em setores que lidam com inovação e tecnologia.

Como funciona o Scrum na prática?

O funcionamento do Scrum gira em torno de sprints – períodos curtos de trabalho que geralmente duram de 1 a 4 semanas. Durante um sprint, a equipe se concentra em um conjunto específico de tarefas, priorizadas no backlog do sprint.

A rotina do Scrum inclui cerimônias que mantêm a equipe alinhada, como as Daily Scrums (reuniões rápidas para revisar o progresso) e as retrospectivas, que ajudam a identificar pontos de melhoria. No final de cada sprint, há uma entrega de valor real para o cliente ou usuário, seja um protótipo funcional, uma funcionalidade completa ou outro tipo de entrega incremental.

O objetivo principal é promover transparência, inspeção e adaptação, garantindo que o trabalho esteja sempre alinhado com as expectativas e necessidades do projeto.

Os três pilares que sustentam o Scrum

Os pilares do Scrum são mais do que conceitos – eles são práticas que norteiam o sucesso da metodologia:

Transparência

Todos os membros da equipe têm acesso às informações importantes. Isso elimina mal-entendidos e cria um ambiente de confiança e colaboração.

Inspeção

O progresso do projeto é revisado regularmente. Dessa forma, é possível identificar problemas antes que eles se tornem grandes obstáculos.

Adaptação

Quando algo não está funcionando, o time ajusta o plano de ação imediatamente. Isso permite maior agilidade e entrega de resultados consistentes.

Como aplicar esse framework na equipe com eficiência?

A equipe deve participar de cerimônias regulares, como as Daily Scrums (reuniões diárias), Sprint Planning, Sprint Review e Sprint Retrospective para garantir que o trabalho esteja progredindo conforme o esperado.

Adotar o Scrum não é apenas uma questão de seguir regras, mas de transformar a cultura da equipe. Aqui estão alguns passos para aplicá-lo com sucesso:

  1. Monte uma equipe multifuncional 

Selecione profissionais com habilidades variadas e complementares. O Scrum funciona melhor quando há diversidade de expertise, permitindo que a equipe desenvolva soluções completas e autossuficientes. Isso elimina dependências externas, agilizando o progresso

  1. Defina papéis claros

Certifique-se de que todos na equipe compreendam seus papéis no processo. O Scrum Master deve atuar como facilitador, garantindo que a metodologia seja aplicada corretamente e removendo barreiras. 

O Product Owner deve ser responsável por definir e priorizar os requisitos do produto, enquanto os membros da equipe de desenvolvimento focam em entregas incrementais.

  1. Implemente cerimônias regulares

Planejamento de sprint, reuniões diárias e retrospectivas ajudam a manter o projeto no caminho certo.

  1. Invista em ferramentas de gestão 

Para manter a organização e facilitar o acompanhamento, invista em ferramentas de gestão ágil como Trello, Jira, Asana, Monday e Notion podem ajudar a organizar tarefas e acompanhar o progresso.

  1. Monitore e ajuste continuamente

A implementação do Scrum é um processo iterativo. Após cada sprint, analise os resultados, avalie a eficácia das cerimônias e adapte o framework conforme necessário. Isso permite um progresso consistente e um aprendizado contínuo.

Com uma aplicação estruturada e uma mentalidade voltada para a colaboração, o Scrum pode transformar significativamente a eficiência da equipe e os resultados do projeto.

Quem faz o quê no Scrum? Entenda os papéis principais

No Scrum, cada papel tem uma função específica, e o sucesso do time depende do alinhamento entre eles:

Product Owner

É o representante do cliente dentro da equipe. Seu principal objetivo é garantir que o time esteja sempre focado no que realmente gera valor para o negócio.
Responsabilidades:

Algumas das suas principais responsabilidades são:

  • Gerir o Product Backlog, priorizando os itens com maior impacto para o cliente e o projeto.
  • Definir objetivos claros para cada sprint e comunicar essas expectativas ao time.
  • Servir de ponte entre os stakeholders e a equipe, garantindo que as entregas estejam alinhadas com a visão do produto

Scrum Master

Ele atua como um facilitador, garantindo que a equipe siga os princípios e práticas do Scrum enquanto resolve os obstáculos que podem surgir.

Algumas das suas principais responsabilidades são:

  • Ajudar a equipe a se autogerir e manter o foco nas metas do sprint.
  • Remover impedimentos que possam atrasar o progresso do time.
  • Facilitar as cerimônias do Scrum, como reuniões diárias, retrospectivas e planejamentos de sprint.
  • Promover um ambiente colaborativo, incentivando a melhoria contínua e a comunicação eficaz entre os membros.

Equipe de desenvolvimento 

Composta por profissionais multidisciplinares, é responsável por transformar as ideias e prioridades definidas pelo Product Owner em entregas concretas e de alta qualidade.

Algumas das suas principais responsabilidades são:

  • Planejar, executar e entregar incrementos de produto ao final de cada sprint.
  • Colaborar para dividir tarefas, solucionar problemas técnicos e garantir que o progresso esteja dentro do planejado.
  • Garantir que as entregas atendam aos critérios de aceitação estabelecidos pelo Product Owner.

Como estruturar processos com os artefatos do Scrum?

Os artefatos do Scrum são como as peças de um quebra-cabeça que, juntas, dão forma ao projeto:

Product Backlog

O Product Backlog é a lista principal que contém tudo o que precisa ser feito para alcançar os objetivos do projeto. É o ponto de partida para todas as atividades da equipe.

Funciona basicamente dessa forma:

  • Mantido pelo Product Owner, ele é constantemente atualizado para refletir mudanças nas prioridades ou novas demandas.
  • Cada item do backlog é detalhado em termos de requisitos, valor de negócio e complexidade, ajudando a equipe a planejar e executar com eficiência.

Sprint Backlog 

O Sprint Backlog é um subconjunto do Product Backlog, contendo apenas os itens que a equipe se compromete a entregar durante o sprint atual.

Funciona basicamente dessa forma:

  • Durante o Sprint Planning, a equipe escolhe os itens mais prioritários e os transforma em tarefas específicas.
  • Ele é dinâmico: pode ser ajustado durante o sprint se houver necessidade, mas sempre mantendo o foco nas metas definidas.

Incremento 

É o resultado tangível do sprint – um produto funcional que pode ser avaliado ou utilizado. Ele deve ser funcional e atender aos critérios de aceitação definidos previamente.

Funciona basicamente dessa forma:

  • Representa o progresso do projeto, somando-se aos incrementos anteriores para formar uma versão mais completa do produto.
  • É apresentado aos stakeholders durante o Sprint Review, permitindo coleta de feedback para ajustes futuros.

Cerimônias do Scrum: eventos que garantem o sucesso do projeto

As cerimônias do Scrum são momentos-chave para planejar, monitorar e melhorar o trabalho da equipe:

Sprint Planning

O Sprint Planning marca o início de cada sprint. É o momento em que a equipe define os objetivos e planeja o que será entregue.

Como funciona:

  • O Product Owner apresenta os itens mais prioritários do Product Backlog.
  • A equipe avalia o esforço necessário para cada tarefa e decide quantos itens podem ser concluídos no sprint.
  • O resultado é um Sprint Backlog detalhado, com metas claras para o período.

Daily Scrum

 É uma reunião curta, geralmente de 15 minutos, realizada diariamente durante o sprint.

Como funciona:

  • Cada membro da equipe responde a três perguntas: O que fiz ontem? O que farei hoje? Há algum impedimento?
  • O objetivo é identificar obstáculos e alinhar o trabalho do dia.

Sprint Review

Acontece ao final do sprint e é uma oportunidade para apresentar o trabalho realizado aos stakeholders.

Como funciona:

  • A equipe demonstra o incremento produzido, mostrando como ele atende aos critérios definidos.
  • Os stakeholders fornecem feedback, que pode influenciar a priorização futura do Product Backlog.

Sprint Retrospective 

É o momento de reflexão e melhoria contínua, realizada após o Sprint Review.

Como funciona:

  • A equipe analisa o que funcionou bem, o que pode ser melhorado e quais ações serão tomadas para aprimorar o próximo sprint.
  • Ferramentas como o “Start, Stop, Continue” podem ajudar a estruturar essa análise.

Scrum ou Kanban: qual é o melhor para o seu projeto?

A escolha entre Scrum e Kanban deve ser baseada nas características e necessidades específicas do seu projeto, já que cada método oferece vantagens distintas

Scrum

É ideal para projetos que exigem entregas incrementais em ciclos bem definidos. Com sua estrutura baseada em sprints, ele promove organização e planejamento detalhado, sendo particularmente útil para equipes que trabalham em iniciativas com cronogramas fixos e metas claras.

Kanban 

Mais adequado para fluxos contínuos de trabalho, como suporte técnico, atendimento ao cliente ou projetos em que as demandas surgem de forma imprevisível. Focado na visualização do processo por meio de quadros e cartões, o Kanban facilita a gestão do fluxo de tarefas e permite ajustes rápidos à medida que as prioridades mudam.

Pensando em implementar o Scrum sem dores de cabeça? Temos algumas dicas para ficar atento!

Implementar o Scrum pode trazer grandes benefícios, mas também apresenta desafios que precisam ser enfrentados para garantir o sucesso da implementação.

Cuidado com a resistência à mudança: 

Um dos principais obstáculos é a resistência à mudança, comum em qualquer transição de metodologia. Para superar essa barreira, investir em treinamentos e workshops é essencial, pois ajuda a equipe a entender os princípios do Scrum e a se adaptar ao novo modelo de trabalho.

Falta de alinhamento pode ser um tornar um problema! 

Outro ponto crítico é a falta de alinhamento, que pode comprometer o andamento do projeto. 

Certificar-se de que todos os membros compreendem claramente seus papéis e responsabilidades, desde o Product Owner até o Scrum Master e a equipe de desenvolvimento, é fundamental para evitar confusões e garantir que todos estejam na mesma página.

Se mantenha conectado com a equipe

Criar um ambiente de diálogo aberto, onde todos se sintam à vontade para compartilhar ideias, desafios e feedbacks, ajuda a mitigar problemas antes que eles se tornem grandes entraves. 

O Scrum depende de colaboração, e promover essa cultura é a chave para uma adoção sem complicações

Scrum e cooperativismo: transformando produtividade em resultados

No Scrum, a principal prioridade é a entrega de valor dentro dos sprints, e não o controle rígido de horários ou locais de trabalho. Os profissionais têm a liberdade de se concentrar no que realmente importa: cumprir as metas estabelecidas, independentemente de onde ou quando estejam trabalhando. O foco está em resultados e não em processos burocráticos ou restrições de tempo, o que proporciona maior flexibilidade e autonomia.

A flexibilidade e autonomia proporcionadas pelo Scrum se alinham perfeitamente aos princípios do cooperativismo. Nesse cenário, o modelo cooperativista ganha a dianteira, oferecendo maior flexibilidade aos profissionais para que possam atuar de forma mais autônoma, promovendo um ambiente onde eles podem focar exclusivamente na performance e atingir os objetivos do projeto. 

Ao adotar esse modelo, as empresas não só incentivam a entrega de valor, mas também criam condições para que os colaboradores desempenhem suas funções com mais liberdade, colaboração e foco.

Além disso, o cooperativismo contribui para a redução de custos operacionais, eliminando processos administrativos desnecessários e simplificando a gestão. Isso cria um ambiente mais eficiente e menos burocrático, alinhado com os princípios de agilidade do Scrum. 

O modelo cooperativista também é um atrativo significativo para profissionais altamente qualificados, pois oferece benefícios competitivos e uma estrutura de trabalho mais flexível e colaborativa, aspectos que atraem talentos, especialmente em setores como tecnologia, onde a produtividade está diretamente ligada à autonomia e ao alinhamento com os objetivos do projeto.

Conclusão

O Scrum se consolidou como um dos frameworks mais eficazes para a gestão ágil de projetos, especialmente em ambientes que exigem rapidez, flexibilidade e colaboração. 

Sua estrutura, composta por cerimônias, papéis bem definidos e artefatos organizados, cria uma abordagem altamente eficiente para alcançar resultados contínuos. Embora originado no desenvolvimento de software, o Scrum provou ser valioso em uma variedade de setores, otimizando processos e melhorando a comunicação entre as equipes.

Ao adotar o Scrum, as empresas podem transformar não apenas a maneira como gerenciam seus projetos, mas também a cultura organizacional, promovendo um ambiente de trabalho colaborativo e focado na melhoria contínua. No entanto, para uma implementação bem-sucedida, é essencial superar desafios como resistência à mudança e falta de alinhamento. 

É nesse momento que o cooperativismo surge como uma solução estratégica. Permitindo maior flexibilidade, redução de custos e maior engajamento por promover uma gestão mais eficiente de recursos.

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