A decisão do governo dos Estados Unidos de elevar em 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, incluindo peças automotivas, deve provocar um forte abalo na cadeia produtiva nacional.
A medida, que começa a valer em 1º de agosto de 2025, foi anunciada pelo ex-presidente Donald Trump como parte de uma estratégia de proteção da indústria norte-americana, mas já gera repercussões negativas no Brasil.
Segundo o consultor Cássio Pagliarini, da Bright Consulting, “a tarifa inviabiliza qualquer importação de peças por parte dos americanos”.
Isso representa uma ameaça direta ao setor automotivo nacional, que tem os EUA como segundo maior destino das exportações brasileiras de autopeças, atrás apenas da China.
Pagliarini afirma que, mesmo com uma elevação tarifária anterior (de 10%), o Brasil já havia registrado queda de 20% nas exportações do setor para o mercado norte-americano.
Agora, com a taxação chegando a 50%, as perspectivas são ainda mais pessimistas. “Vai travar de vez as exportações e afetar toda a cadeia, da produção ao consumo”, alerta.
A possibilidade de o Brasil retaliar com medidas semelhantes é considerada, mas traria outros riscos: o aumento no custo de importações dos EUA, especialmente em segmentos como tecnologia embarcada, semicondutores e até veículos acabados, pode resultar em elevação de preços ao consumidor final e pressão inflacionária no mercado interno.
Fonte da imagem: Jim Lo Scalzo / EPA / Bloomberg via Getty Images
