O mercado financeiro manteve a projeção da taxa básica de juros em 15% ao ano até dezembro de 2025, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central.
A expectativa para a inflação também foi revisada, com o IPCA estimado em 5,09% ao fim do ano, queda marginal frente à projeção anterior de 5,10%. Esta é a nona semana consecutiva de redução nas estimativas de inflação.
Mesmo com o recuo, a taxa prevista segue acima do teto da meta de 4,5%, dentro da margem de tolerância do regime de metas.
O centro da meta de inflação para o período é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2026, a projeção de inflação também caiu, passando de 4,45% para 4,44%.
Com poucos dias até a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para terça (29) e quarta-feira (30), a expectativa do mercado é de manutenção da Selic no patamar atual.
A precificação indica 97% de chance de estabilidade, contra 3% de chance de nova alta de 0,25 ponto percentual, segundo dados da LSEG.
A projeção da Selic para 2026 permanece em 12,50%, sem alterações há 26 semanas.
Analistas seguem avaliando que a taxa só deverá começar a recuar de forma mais significativa ao longo do próximo ano, diante de riscos fiscais e incertezas políticas que continuam no radar da autoridade monetária.
No cenário de crescimento, o mercado elevou levemente a previsão para o PIB de 2026, agora em 1,89%, ante 1,88% na semana anterior. A estimativa para 2025 foi mantida em 2,23%.
As expectativas para o câmbio também foram revisadas. A cotação do dólar prevista para o fim de 2025 passou de R$ 5,65 para R$ 5,60, enquanto a projeção para 2026 seguiu estável em R$ 5,70.
No acumulado de 2025, a moeda americana já caiu cerca de 10% frente ao real, após forte valorização no final do ano passado.
Em meio ao agravamento das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, o mercado reduziu também as projeções para o superávit da balança comercial brasileira. A expectativa caiu de US$ 69,25 bilhões para US$ 66,70 bilhões em 2025, terceira queda consecutiva. Para 2026, a previsão recuou de US$ 75,20 bilhões para US$ 70,04 bilhões.
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