O Google anunciou nesta semana o lançamento do AlphaEarth Foundations, um novo modelo de inteligência artificial voltado à integração e interpretação de grandes volumes de dados geoespaciais.
A ferramenta promete transformar o monitoramento ambiental e territorial global ao combinar petabytes de dados em uma representação digital unificada e de fácil processamento.
Apresentado como um “satélite virtual”, o sistema consegue mapear com alta precisão áreas terrestres e zonas costeiras de todo o planeta, permitindo rastrear mudanças em quadrantes de 10×10 metros ao longo do tempo.
Segundo o Google, o AlphaEarth exige 16 vezes menos espaço de armazenamento do que sistemas anteriores testados pela empresa, o que reduz significativamente os custos de análise em escala planetária.
A tecnologia processa imagens ópticas, radar, laser 3D, simulações climáticas e outras fontes para oferecer um panorama detalhado e dinâmico do planeta.
“O avanço permite que os cientistas façam algo que era impossível até agora: criar mapas detalhados e consistentes do nosso mundo, sob demanda.
Seja monitorando a saúde das plantações, rastreando o desmatamento ou observando novas construções, agora eles têm uma nova base para dados geoespaciais”, informou o Google em comunicado oficial.
No Brasil, o sistema já está sendo utilizado pela ONG MapBiomas, com foco na análise das transformações agrícolas e ambientais do território nacional. A iniciativa visa reforçar estratégias de conservação em áreas sensíveis como a Floresta Amazônica.
“O conjunto de dados de incorporação de satélite pode transformar a maneira como nossa equipe trabalha.
Agora temos novas opções para criar mapas mais precisos, exatos e rápidos de produzir, algo que nunca teríamos conseguido fazer antes”, destacou Tasso Azevedo, fundador do MapBiomas.
O agronegócio é um dos setores diretamente beneficiados pelo novo modelo. A capacidade de gerar informações detalhadas sobre uso do solo, variações climáticas e disponibilidade hídrica pode acelerar diagnósticos no campo, favorecer o planejamento de safras e orientar políticas públicas voltadas à produção sustentável.
Além do Brasil, o AlphaEarth já apoia instituições como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Harvard Forest, Group on Earth Observations, Oregon State University, Spatial Informatics Group e Stanford University, fortalecendo a capacidade global de monitoramento ambiental e planejamento territorial.
Foto: Adarsh Chauhan/Unsplash
