O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou, em nota publicada na quinta-feira (31), que 19,5% das exportações brasileiras para os Estados Unidos não serão impactadas pelo novo tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump.
Isso porque já estão sujeitas a tarifas específicas aplicadas igualmente a todos os países, com base em dispositivos legais norte-americanos de segurança nacional.
Segundo o MDIC, essas exportações representaram US$ 7,9 bilhões em 2024, e já se enquadram na Seção 232, que autoriza os EUA a adotar restrições comerciais por razões de defesa nacional.
Com isso, os itens cobertos por essa legislação ficam fora da alíquota de 50% determinada pela nova ordem executiva de Trump, assinada em 30 de julho e prevista para entrar em vigor no dia 6 de agosto.
Entre os produtos já tarifados sob a Seção 232, destacam-se ferro e aço, que somaram US$ 3,9 bilhões em vendas do Brasil aos EUA no ano passado. O mesmo ocorre com madeira, carvão vegetal e obras de madeira, cujas exportações alcançaram US$ 1,5 bilhão no mesmo período.
Outros segmentos também aparecem na lista de tarifas específicas dos EUA:
- Reatores nucleares e caldeiras: US$ 776,9 milhões exportados em 2024
- Veículos automotores: US$ 320,1 milhões
- Borracha: US$ 290,3 milhões
A nota do MDIC também destacou o caso das autopeças, sujeitas a uma alíquota de 25% independentemente da origem, como outro exemplo de produto que não será afetado pela nova tarifa de Trump.As medidas anunciadas pela Casa Branca integram um pacote mais amplo de retaliações comerciais direcionadas ao Brasil, mas essas exceções reduzem parcialmente o impacto direto sobre a balança comercial bilateral. Ainda assim, o restante das exportações brasileiras que não se enquadram nas regras pré-existentes da Seção 232 permanece vulnerável à nova política tarifária dos EUA.
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