A chegada acelerada de ferramentas de inteligência artificial ao mercado brasileiro tem transformado o dia a dia corporativo. Recursos de escrita, tradução, pesquisa e análise de dados passaram a ser oferecidos a custos competitivos, impulsionando a adesão imediata no setor privado.
Um estudo da Amazon aponta que 40% das empresas no país já utilizam IA, índice semelhante ao registrado na Europa.
A popularização trouxe benefícios, mas também desafios. Muitas soluções foram implementadas em série, sem a devida avaliação de robustez ou confiabilidade.
O problema se agrava quando a IA é aplicada a processos que impactam diretamente os trabalhadores, como contratações, rescisões, avaliações de desempenho ou monitoramento de produtividade e dados pessoais.

Outro ponto de atenção é o fenômeno das chamadas Shadow AIs, quando empregados contratam ou utilizam ferramentas por conta própria, sem supervisão de áreas de TI ou de governança. Essa prática pode expor a empresa a riscos de segurança e de conformidade legal.
Para especialistas, a estratégia passa por políticas internas claras e programas de capacitação que estabeleçam onde e como a IA pode ser utilizada. Treinar equipes para lidar com os recursos de forma consciente ajuda a criar um ambiente de inovação seguro e alinhado aos objetivos do negócio.
A regulação também avança. No Brasil, o Projeto de Lei nº 2.338/2023 classifica sistemas de IA usados em recursos humanos como de “alto risco”.
Na União Europeia, o AI Act segue a mesma linha, estabelecendo regras específicas para ferramentas que possam influenciar contratações, promoções ou desligamentos.
Com isso, companhias que conseguirem demonstrar segurança, imparcialidade, aplicabilidade e transparência no uso de inteligência artificial devem se destacar no mercado, conciliando eficiência tecnológica com responsabilidade.

