O Pix já transformou a forma como os brasileiros realizam pagamentos no dia a dia, mas especialistas apontam que o sistema ainda tem muito a avançar no universo das transações entre empresas.
A avaliação foi feita durante um painel promovido pela RecargaPay no Rio Innovation Week, que contou com a participação do Banco Central. No segmento B2C, o Pix trouxe agilidade e segurança para consumidores e varejistas.
“A conveniência de ter a liquidação imediata, o recebimento automático do dinheiro e a possibilidade de entregar o produto com segurança, sabendo que já recebeu por aquilo, é uma mudança da água para o vinho”, destacou Gilmar Hansen, vice-presidente sênior de Produtos da RecargaPay, em entrevista ao Startups após o evento.
Apesar disso, o cenário corporativo ainda é dominado pelo uso da TED. Para que o Pix se consolide no B2B, é necessário que as empresas migrem do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) para o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), processo que traz desafios técnicos e regulatórios.
Segundo Breno Lobo, chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, não há ainda um projeto específico para facilitar essa transição.
No entanto, ele afirmou que a instituição tem ouvido as demandas do setor privado e está aberta a construir soluções em conjunto com empresas para ampliar a adesão.
O painel indicou que o próximo ciclo de expansão do Pix passa necessariamente pelo mercado corporativo. Se a adesão das empresas acompanhar a popularização já consolidada entre consumidores, o impacto pode redefinir padrões de liquidação e movimentação financeira no Brasil.

