As exportações do agronegócio paulista caíram 15,7% entre julho e agosto, totalizando US$ 2,72 bilhões, segundo levantamento do IEA-Apta (Instituto de Economia Agrícola).
No acumulado de 2025, as vendas somam US$ 18,62 bilhões, queda de 8,4% em relação ao ano anterior, mas ainda garantem superávit de US$ 14,76 bilhões.
O secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai, afirmou que a diversidade dos embarques é o que torna o estado mais preparado para momentos de instabilidade internacional.
“O crescimento foi alavancado pelo café e a carne, demonstrando que a produção de São Paulo é diversificada e está preparada para possíveis períodos de instabilidade. O superávit é prova da seriedade da gestão”, disse.
Em agosto, café (+44,5% em relação ao mesmo mês de 2024) e carnes (+27,8%) puxaram o desempenho positivo da balança.
O recuo geral aconteceu apesar do tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump contra o Brasil, em vigor desde o início de agosto. Só as exportações para os Estados Unidos caíram 21,9% em agosto, de US$ 321 milhões em julho para US$ 251 milhões.
A área técnica do IEA-Apta, porém, avalia que o impacto ainda não pode ser associado às novas tarifas. “Os contratos de exportação costumam ser firmados com antecedência e há estoques previamente destinados. Os reflexos mais consistentes tendem a surgir nos próximos meses”, aponta o instituto.
No acumulado de janeiro a agosto, as vendas do agro paulista para os EUA cresceram 19,5%, passando de US$ 2,08 bilhões em 2024 para US$ 2,49 bilhões neste ano.
De janeiro a agosto, cinco grupos concentraram a pauta de exportações:
- Complexo sucroalcooleiro: US$ 5,45 bilhões (29,3%)
- Carnes: US$ 2,69 bilhões (14,5%)
- Produtos florestais: US$ 1,98 bilhão (10,7%)
- Soja: US$ 1,95 bilhão (10,5%)
- Sucos: US$ 1,91 bilhão (10,3%)
Entre os destinos, a China manteve a liderança, com 24,3% de participação, seguida pela União Europeia (14,3%) e pelos Estados Unidos (13,4%).

