O Banco Central (BC) estuda mudanças nas regras de bloqueio temporário de operações financeiras. A proposta em análise prevê a ampliação do tempo em que transações de grandes quantias podem permanecer suspensas para verificação pelas instituições bancárias, como forma de coibir golpes e movimentações ilícitas.
Atualmente, cada transferência pode ficar até uma hora em “compasso de espera”, de acordo com os parâmetros definidos por cada instituição e o perfil do cliente.
A autarquia considera que, com mais tempo para a checagem, os bancos terão condições de examinar melhor a origem dos recursos antes de liberar as operações.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, ainda não foi definido se haverá um novo limite de valor para enquadrar as transações que passarão pela regra, nem o tempo exato de ampliação do bloqueio. A proposta faz parte de uma série de ajustes regulatórios anunciados pelo BC neste mês para reduzir vulnerabilidades do sistema financeiro.
No início de setembro, o BC estabeleceu um teto de R$ 15 mil para transferências via Pix e TED em instituições de pagamento não autorizadas e em empresas que se conectam ao sistema financeiro por meio de prestadores de serviços de tecnologia (PSTIs). A medida foi desenhada para dificultar o repasse imediato de grandes valores em ataques cibernéticos.
De acordo com o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, o novo limite busca impedir que operações vultosas passem despercebidas. Ele ressaltou que a trava não afeta 99% das transferências realizadas hoje por empresas e atinge apenas 3% das contas existentes.
As mudanças são parte da força-tarefa do Banco Central para aumentar a segurança de pagamentos digitais no país. A preocupação cresceu após episódios recentes em que hackers movimentaram centenas de milhões de reais em fraudes, explorando brechas no sistema de pagamentos instantâneos.
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

