Nos dias 22 e 23 de setembro, o World Coop Management 2025 (WCM25) reuniu quase 2 mil pessoas em Belo Horizonte, consolidando-se como o maior espaço de diálogo estratégico do cooperativismo global.
A edição foi marcada por reflexões sobre inovação, diversidade e os impactos da inteligência artificial, trazendo o setor para o centro do debate sobre a nova economia digital e inclusiva.
Na abertura, Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg, destacou a urgência de atrair jovens e mulheres para as instâncias de decisão.
Já Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB, afirmou que “confiança é hoje o insumo mais raro da humanidade” e defendeu conselhos de governança mais estratégicos e diversos.
Ariel Guarco, presidente da ACI, ressaltou o reconhecimento internacional das cooperativas e o protagonismo do setor em tempos de polarização global.
Da ONU, Andrew Allimadi reforçou que a inteligência artificial deve ser incorporada de forma responsável, com foco em compartilhamento de recursos e inovação social.
A atriz e embaixadora da ONU, Danni Suzuki, abriu os debates defendendo que “o futuro é humano”. Na sequência, Monica Verma, CEO da Cyber Foyer, alertou para a necessidade de dar propósito à IA: “Transparência e prestação de contas não travam inovação; elas evitam danos e preservam confiança duradoura”.
Outros painéis reforçaram que a tecnologia precisa andar junto da inclusão. Lisiane Lemos, secretária de Inclusão Digital do RS, destacou que, embora 93% dos brasileiros já tenham contato com IA, apenas metade entende o que ela é. “Tecnologia precisa ser para todo mundo”, afirmou.
No painel O Futuro que Estamos Construindo Hoje, o ex-ministro Roberto Rodrigues destacou que a IA pode ampliar desigualdades, e que cabe ao cooperativismo atuar como força de inclusão social.
José Roberto Ricken (Ocepar) projetou a marca de R$ 1 trilhão em faturamento até 2035, mas defendeu também um programa nacional de educação política.
Tânia Zanella (OCB) reforçou a importância de ampliar a base social: “Se hoje somos 12% da população brasileira, precisamos trabalhar o porquê o cidadão está em nosso modelo”.
Especialistas como Annette Collisy-Lenzen e Duda Davidovic lembraram que a IA não substitui o humano, mas quem não souber usá-la ficará para trás. “Ficar de fora da inovação pode ser irreversível”, alertou Duda.
No encerramento, Moacir Krambeck (Sistema Ailos) destacou que a tecnologia deve ser vista como ferramenta, mas nunca como solução em si.
“A solução são as pessoas”, afirmou. Já Manuel Guerreiro, de Portugal, lembrou que a sustentabilidade é um valor natural das cooperativas, ligadas às terras e às comunidades.
Por fim, Luiz Branco, CEO da Wex, anunciou a trilogia temática que guiará o evento até 2027:
- 2025 – Conexão entre cultura cooperativista e inovação;
- 2026 – Fusão dessas culturas;
- 2027 – Singularidade, com integração plena em um modelo transformador.
Foto: Dom Fou/Unsplash

