O acesso à energia elétrica mudou o ritmo da vida no campo e impulsionou o desenvolvimento de comunidades rurais em Cachoeiras de Macacu (RJ).
O que antes era sinônimo de lentidão e trabalho à luz de velas, tornou-se um exemplo de progresso e inclusão, graças à atuação da Cooperativa de Eletrificação Rural Cachoeiras Itaboraí (Cerci).
O caso da cooperativa foi destaque nacional na campanha SomosCoop, que valoriza iniciativas que constroem um futuro mais justo e sustentável.
A Cerci nasceu em 1969 a partir da visão de David Ferreira, hoje com 93 anos, e de um grupo de moradores da comunidade do Funchal, que se uniram para levar energia elétrica às áreas rurais onde as distribuidoras tradicionais não viam vantagem em investir.
“Mesmo acreditando no sonho, fui incrédulo por muitas vezes com relação aos resultados”, relembra David, que viu a iniciativa transformar a vida de centenas de famílias e abrir caminho para novos negócios e oportunidades.
O projeto, idealizado por produtores locais com apoio da colônia japonesa do bairro Funchal, evoluiu para uma cooperativa que hoje abastece quase 20 mil associados, conectando o campo à informação, à tecnologia e ao desenvolvimento regional.
A trajetória da cooperativa segue agora sob a contribuição de uma nova geração. O filho de David, Gideão Ferreira, atua como assistente gerencial e administrativo e acompanhou a mais recente conquista da Cerci: a inauguração da subestação Oracyr Marins, que garante mais qualidade e estabilidade no fornecimento de energia.
Com capacidade para atender até 30 mil residências, a nova estrutura distribui energia em 11,4 kV e reduz significativamente as interrupções no abastecimento. “Cooperativismo é justiça econômica, social e financeira. Ele transforma comunidades”, afirma Gideão, destacando o impacto coletivo do trabalho desenvolvido.
Com 56 anos de atuação, a Cerci continua ampliando seus projetos e hoje emprega mais de 200 colaboradores. Um dos focos da atual gestão é a expansão do atendimento a famílias em situação de vulnerabilidade social que ainda vivem sem energia elétrica em propriedades rurais.
A meta é beneficiar quase 300 famílias nos municípios de Cachoeiras de Macacu, Silva Jardim, Itaboraí, Rio Bonito e Tanguá.
Mais do que fornecer energia, a cooperativa se tornou símbolo de desenvolvimento regional e de transformação social, prova de que o cooperativismo, quando aliado à solidariedade e à inovação, ilumina não apenas casas, mas também caminhos.
Foto: Davi Costa/Unsplash

