A crescente adoção de ferramentas de inteligência artificial nas empresas americanas tem provocado um aumento expressivo nas demissões.
Segundo levantamento da consultoria Challenger, Gray & Christmas Inc., os Estados Unidos registraram em outubro 153.074 cortes de empregos, o maior número para o mês em mais de 20 anos e quase o triplo do registrado no mesmo período do ano passado.
Conforme o relatório, os setores mais afetados são os de tecnologia e armazenamento, impulsionados por ajustes pós-pandemia e pela automação de processos com o uso de IA.
“Alguns setores estão corrigindo o excesso de contratações da pandemia, mas isso ocorre em meio à adoção crescente da IA, ao desaquecimento dos gastos de consumidores e empresas e ao aumento dos custos operacionais”, afirmou Andy Challenger, diretor de receita da consultoria.
O levantamento também mostra que as companhias sediadas nos Estados Unidos anunciaram o menor número de planos de contratação desde 2011, e que não há expectativa de melhora no cenário até o fim de 2025, segundo projeção divulgada pela Bloomberg.
Dados do rastreador independente Layoffs.fyi indicam que mais de 112 mil funcionários foram demitidos pelas principais empresas de tecnologia somente em 2025.
No ano anterior, os desligamentos somaram cerca de 150 mil trabalhadores. Abril foi o mês com o maior número de demissões, com 24.500 pessoas desligadas.
As justificativas apresentadas pelas empresas variam, mas a maioria está relacionada à incorporação de sistemas baseados em inteligência artificial e à busca por maior eficiência operacional.
Com a automação de processos e a integração de modelos generativos, várias funções tradicionais têm sido substituídas, consolidando uma tendência de transformação no mercado de trabalho global.

