O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou neste domingo (12) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a suspensão temporária da tarifa de 40% sobre produtos brasileiros em conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na semana passada.
Segundo Alckmin, o pedido abre espaço para “um avanço importante” nas negociações comerciais entre os dois países.
“O pedido do presidente Lula para o presidente Trump foi que, enquanto negocia, suspenda os 40%. Esse foi o pleito. Há muita possibilidade de parceria entre Brasil e EUA”, disse Alckmin, após participar de missa em Aparecida (SP).
O vice-presidente ressaltou que já houve avanços parciais nas últimas semanas: produtos como celulose e ferro-níquel deixaram de ser tarifados, enquanto itens como madeira serrada, armários e sofás tiveram reduções significativas nas alíquotas. “O que precisamos é avançar mais depressa”, completou.
Há expectativa de que Lula e Trump se encontrem pessoalmente na Malásia, no fim de outubro, após um primeiro contato informal durante a Assembleia-Geral da ONU. A reunião deve servir para consolidar a reaproximação diplomática entre Brasília e Washington.
Alckmin afirmou ainda que a nomeação do senador Marco Rubio como secretário de Estado norte-americano não deve dificultar o diálogo. “A orientação do presidente Trump foi muito clara. Nós queremos fazer um diálogo e entendimento, e o Brasil sempre defendeu isso”, declarou.
Rubio, conhecido por críticas a figuras do governo brasileiro, como o ministro do STF Alexandre de Moraes, foi um dos responsáveis por propor sanções contra o magistrado e sua esposa com base na Lei Magnitsky.
O vice-presidente também comentou a saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU, destacando que o país avançou no combate à pobreza, mas ressaltou que o desafio permanece contínuo.
“É importante cada dia avançar mais, no sentido da gente melhorar a qualidade de vida da nossa população. Essa tarefa nunca vai terminar”, afirmou Alckmin.
O governo vê as negociações com os EUA como um passo estratégico para fortalecer a indústria nacional, ampliar exportações e gerar empregos, num momento em que o país busca equilíbrio entre crescimento econômico e políticas de inclusão social.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

