Uma pesquisa publicada no International Journal of Business Communication indica que profissionais tendem a julgar mais severamente seus líderes do que a si próprios quando se trata do uso de inteligência artificial para escrever e-mails.
O estudo entrevistou mais de mil trabalhadores nos Estados Unidos, apresentando-lhes mensagens supostamente escritas por eles mesmos ou por seus supervisores, com diferentes níveis de auxílio da IA. No geral, comunicações com suporte tecnológico foram avaliadas como eficientes e profissionais. No entanto, a percepção mudou conforme o autor da mensagem.
Quando o uso da IA por chefes ia além de ajustes gramaticais ou revisão, apenas 40% dos funcionários consideraram o conteúdo sincero, contra 83% quando a ajuda era mínima.
A diferença foi mais marcante em mensagens motivacionais ou com foco em relações interpessoais; já em e-mails puramente informativos, a resistência foi menor.
Segundo Anthony Coman, da Universidade da Flórida, a escrita assistida por IA pode afetar a confiança e a credibilidade de lideranças. Apesar de os resultados se basearem em cenários hipotéticos, eles reforçam estudos anteriores que apontam perda de confiança quando profissionais admitem usar IA no trabalho.
O avanço da tecnologia no ambiente corporativo é acelerado: na União Europeia, 13,5% das empresas com mais de 10 funcionários já utilizam IA, enquanto pesquisa de 2024 da Microsoft e do LinkedIn mostrou que 75% dos trabalhadores do conhecimento no mundo adotam ferramentas generativas.
