O cooperativismo habitacional vem se firmando como uma alternativa sólida e democrática para o acesso à moradia em Goiás, com um modelo que alia autofinanciamento, transparência e redução de custos.
Segundo levantamento do Sistema OCB/GO, as cooperativas habitacionais já investiram cerca de R$ 3 bilhões em empreendimentos no estado, fortalecendo o setor e atraindo cada vez mais cooperados.
Conforme a economista Heloísa Borges, o diferencial do modelo está no custo mais baixo e na ausência de fins lucrativos.
“As cooperativas conseguem oferecer imóveis a um custo até 40% inferior ao das incorporadoras tradicionais, pois eliminam intermediários e trabalham com foco exclusivo na moradia”, explica.
O sistema também tem potencial como política pública habitacional, uma vez que permite o autofinanciamento coletivo e oferece segurança jurídica aos participantes.
O presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, destaca que o estado é pioneiro na consolidação do ramo habitacional dentro do cooperativismo de infraestrutura.
“Há dois anos, demos um passo importante com a entrega dos primeiros Selos de Conformidade Cooperativista para cooperativas de habitação, criando um pacto de confiança que protege o consumidor e valoriza as boas práticas”, afirma.
Outro marco goiano é a criação da Cooperluxo, a primeira central de cooperativas habitacionais do Brasil, responsável por integrar e fortalecer as cooperativas do setor.
A Cooperluxo nasceu em 2022 com a união de três cooperativas, hoje já são quatro, e representa um novo ciclo do cooperativismo habitacional, voltado a empreendimentos de alto padrão e gestão moderna.
“Percebemos que o cooperativismo habitacional entrou em uma nova fase, unindo qualidade, organização e valorização dos imóveis”, afirma Gláucio Madeira, presidente da central.
O modelo se diferencia pelo custo de construção a preço de custo, sem juros, e pela entrega de imóveis já quitados, com prazos médios de construção de 60 meses. Após a conclusão, as unidades são sorteadas entre os cooperados, garantindo igualdade no processo.
Em Goiânia, o setor cresce em ritmo acelerado. Segundo Leandro Borges, presidente da Cooper House, o número de cooperados já ultrapassa 2 mil pessoas, com empreendimentos em regiões nobres da capital, como Marista e Vaca Brava.
“Nossos projetos variam de 65 a 480 metros quadrados, com padrão elevado. Mesmo com foco em um público de maior poder aquisitivo, o modelo é mais justo e transparente”, destaca.
Embora o cooperativismo ainda represente cerca de 10% do mercado imobiliário goiano, especialistas apontam um potencial de crescimento expressivo, impulsionado pela valorização imediata dos imóveis e pela confiança no modelo coletivo.
Apesar dos resultados, o cooperativismo habitacional ainda é pouco conhecido do público em geral.
“Não é segredo, mas o modelo cresce muito pelo boca a boca. Os cooperados indicam familiares e amigos. Diferente das incorporadoras, não há grandes campanhas de marketing”, explica Gláucio.
Para ampliar o alcance, o Sistema OCB/GO lançou uma cartilha educativa que explica o funcionamento das cooperativas habitacionais e orienta interessados em participar.
Com o mercado imobiliário aquecido e Goiânia entre as capitais mais valorizadas do país, o cooperativismo habitacional se posiciona como um caminho sustentável e inovador.
“Nosso desafio é fazer com que a sociedade conheça e confie no modelo. É seguro, eficiente e vantajoso, um verdadeiro exemplo do cooperativismo a serviço da qualidade de vida”, conclui Gláucio Madeira.
Foto: Henning Witzel/Unsplash

