O cooperativismo baiano vive um momento de expansão. Em 2024, o estado atingiu 422.905 cooperados, distribuídos em 167 cooperativas e responsáveis por 3.346 empregos diretos.
O setor movimentou R$ 9,33 bilhões em ingressos e registrou R$ 9,48 bilhões em ativos, consolidando-se como um dos principais vetores de desenvolvimento econômico e social da Bahia.
Segundo Cergio Tecchio, presidente do Sistema Oceb, o crescimento vai além dos números. “Esse é um processo contínuo de percepção de valor, ancorado na profissionalização das cooperativas e no foco nas pessoas, que são donas do negócio, com forte tração do ramo crédito”, destacou.
A base social das cooperativas é composta majoritariamente por pessoas físicas (85,77%), com participação equilibrada entre homens (55%) e mulheres (44,8%), reforçando o caráter inclusivo do modelo.
Entre os ramos, crédito, agropecuário e saúde são os mais representativos, sendo o primeiro o principal motor de expansão, com cerca de 368 mil cooperados e crescimento de 64% nas receitas.
“Estamos presentes em todas as regiões e atuamos de forma descentralizada, fazendo com que os resultados fiquem nas cidades e movimentem o comércio local”, observou Tecchio.
O salto de 298,5 mil para 422,9 mil cooperados em apenas um ano demonstra a confiança da população no modelo. Para o presidente do Sistema Oceb, a expansão reflete a capacidade do cooperativismo de reduzir custos, organizar cadeias produtivas e gerar competitividade local.
O fortalecimento do setor também se deve à agenda de competitividade coordenada pela Oceb, com iniciativas de acesso a mercados, rodadas de negócios e capacitação de dirigentes. “Estamos preparados para que as cooperativas da Bahia sejam vistas como referência nacional, sem perder o vínculo com a base local”, afirmou.
O ramo crédito tem se mostrado peça central na transformação socioeconômica do estado, ampliando o acesso a serviços financeiros em municípios onde não há bancos tradicionais.
Tecchio ressalta que o modelo tem contribuído para incluir financeiramente pequenos produtores, empreendedores e famílias, promovendo o desenvolvimento regional.
“A expansão da rede de atendimento e a educação financeira têm sido diferenciais. Em muitos municípios, a cooperativa já é a única instituição financeira presente”, observou.
Com R$ 6,41 bilhões em ingressos e mais de 770 empregos diretos, o ramo agropecuário mantém protagonismo. O setor vem se expandindo em cadeias estratégicas, como cacau, leite e grãos, e avança na industrialização local e verticalização da produção, agregando valor e ampliando a renda dos produtores.
“O agro baiano tem qualidade e potencial, mas precisa estar preparado para atender aos padrões globais de sustentabilidade e competitividade”, destacou Tecchio.
Outros ramos, como trabalho, transporte e consumo, também vêm fortalecendo a integração do sistema, o que, segundo o presidente, “reduz vulnerabilidades e amplia a resiliência do cooperativismo”.
A inovação é apontada como eixo estratégico para o futuro do cooperativismo baiano. O InovaCoop, iniciativa do Sistema Oceb, vem conectando cooperativas a ferramentas digitais, financiamentos e startups. “A tecnologia é hoje uma questão de sobrevivência. Quem não investir vai perder espaço”, afirmou Tecchio.
O impacto social também é expressivo. Em 2024, o Dia C beneficiou 24 mil pessoas, enquanto a campanha Coopere com a Vida completou nove edições, mobilizando a sociedade para a doação de órgãos. Além disso, R$ 118 milhões do FATES foram destinados a capacitação, assistência técnica e projetos sociais.
Com metas alinhadas ao plano nacional BRC 1 Trilhão, a Bahia busca ampliar sua base de cooperados, expandir negócios e fortalecer governança, inovação e práticas ESG. Entre as prioridades estão o monitoramento organizacional contínuo, a educação política dos cooperados e a construção de uma nova sede do Sistema Oceb.
“Estamos dando passos firmes para consolidar a Bahia como referência do cooperativismo no Nordeste e no Brasil. Nosso desafio é crescer com competitividade e justiça social”, concluiu Tecchio.
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