Uma pesquisa intitulada “Diversidade Aprendiz”, conduzida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), revelou que aproximadamente 90% das empresas expressam algum nível de preocupação com a diversidade e inclusão no ambiente corporativo.
Além disso, o estudo mostrou que mais de 86% das empresas desejam ser reconhecidas por promover e valorizar a diversidade em suas práticas organizacionais.
Esses dados reforçam a importância de promover ambientes de trabalho diversificados e inclusivos, onde diferentes perspectivas são valorizadas e a inovação é estimulada.
Neste artigo, vamos explorar como o cooperativismo pode proporcionar um ambiente mais inclusivo e diverso para a sua empresa.
O que é o cooperativismo?
O cooperativismo é um modelo de trabalho baseado na cooperação voluntária entre profissionais para atender necessidades comuns. Diferentemente de empresas tradicionais, as cooperativas são administradas democraticamente por seus membros e buscam um impacto social positivo.
As cooperativas surgiram como uma alternativa inclusiva, garantindo que todos os membros tivessem voz e participação nos resultados, promovendo um senso de pertencimento e colaboração.
Os Pilares do DEI
Para entender a relação entre cooperativismo e DEI, é fundamental conhecer os pilares que sustentam a Diversidade, Equidade e Inclusão:
Diversidade (D)
Refere-se à presença de diferentes perspectivas, experiências, gêneros, raças, orientações sexuais, idades e habilidades.
Nas cooperativas, a diversidade enriquece os processos de tomada de decisão e aprimora a relação dos membros.
Equidade (E)
Trata-se de garantir que todos tenham acesso justo às mesmas oportunidades, reconhecendo que diferentes indivíduos partem de pontos distintos e podem precisar de apoios específicos para prosperar.
Inclusão (I)
Envolve a criação de um ambiente onde todos se sintam valorizados, respeitados e incluídos nas tomadas de decisão e no desenvolvimento das atividades.
No cooperativismo, a inclusão se manifesta em assembleias abertas, processos democráticos e programas de capacitação acessíveis.
Os princípios do cooperativismo que favorecem a inclusão
Antes de falarmos sobre ações práticas, vale entender por que o cooperativismo já nasce com os pilares da diversidade e inclusão incorporados à sua essência.
Os sete princípios universais do cooperativismo se alinham diretamente aos valores de DEI, e é isso que torna esse modelo uma base sólida para a transformação social dentro das organizações.
Adesão livre e voluntária
Qualquer pessoa pode se associar a uma cooperativa, independentemente de gênero, etnia, religião ou origem. Isso garante que ninguém seja excluído por preconceitos ou barreiras sociais.
Gestão democrática
Cada membro tem voz e voto nas decisões da cooperativa. Isso fortalece a participação e dá espaço para diferentes perspectivas serem consideradas.
Participação econômica equitativa
As sobras e benefícios são distribuídos de forma justa, garantindo que todos os membros colham os frutos da sua própria produção.
Interesse pela comunidade
Cooperativas se preocupam com o bem-estar da comunidade em que estão inseridas, promovendo a inclusão social e econômica.
Como as cooperativas promovem um ambiente de trabalho mais equitativo?
Não basta ter princípios no papel, é preciso aplicá-los no dia a dia da operação. E o cooperativismo faz isso de forma orgânica.
Aqui, mostramos como esse modelo cria, na prática, ambientes mais justos, inclusivos e acessíveis, com impactos reais na vida dos profissionais cooperados e nas empresas que os contratam.
Tomada de decisão compartilhada
Nas cooperativas, a tomada de decisão é um processo democrático, onde cada membro tem voz e voto nas principais decisões da cooperativa.
Ao envolver todos os membros nas decisões, as cooperativas promovem a transparência e satisfação, garantindo que diversas perspectivas sejam consideradas.
Rede de apoio e compartilhamento de recursos
As cooperativas incentivam a criação de redes de apoio, onde os membros compartilham recursos, conhecimentos e assistência mútua.
Isso facilita o acesso a serviços e benefícios que poderiam ser inacessíveis para trabalhadores autônomos ou pequenas empresas, promovendo igualdade de oportunidades.
Benefícios mais acessíveis para os cooperados
Por meio de economia de escala e negociação coletiva, cooperativas conseguem oferecer benefícios como planos de saúde e seguros a preços mais baixos.
Isso permite que autônomos e pequenos empreendedores tenham acesso a vantagens que, individualmente, seriam financeiramente inviáveis.
Abrangência demográfica a nível nacional
Os planos de saúde e outros benefícios oferecidos pelas cooperativas costumam ter cobertura nacional, o que garante que os cooperados possam utilizá-los em praticamente qualquer lugar do país.
Programas de capacitação e desenvolvimento
As cooperativas frequentemente investem em programas de capacitação e desenvolvimento para seus membros.
A ênfase na formação contínua garante que todos os membros tenham a chance de aprimorar suas habilidades, crescer dentro da organização e contribuir de forma significativa.
Flexibilidade organizacional
A flexibilidade organizacional é um grande diferencial competitivo, permitindo que as cooperativas respondam de maneira ágil às mudanças do mercado e continuem a atender às necessidades de seus membros e clientes de forma eficaz.
Benefícios da diversidade para a sua empresa
A promoção da diversidade em uma organização pode gerar benefícios tangíveis que impactam diretamente tanto os resultados da empresa quanto o desenvolvimento das equipes, com destaque para os seguintes pontos:
Inovação e criatividade
Quando indivíduos com diferentes experiências, origens culturais e perspectivas colaboram, o resultado é uma gama mais ampla de ideias e soluções.
Senso de pertencimento
Fortalece o vínculo emocional com a organização, resultando em maior lealdade, comprometimento e colaboração.
Melhoria na reputação
Organizações que priorizam a diversidade e a inclusão tendem a construir uma reputação positiva no mercado.
Retenção e desenvolvimento de talentos
Ambientes onde os indivíduos se sentem valorizados tendem a ter menor rotatividade.
Maior engajamento da equipe
Ambientes que promovem a diversidade estimulam um alto nível de engajamento e desempenho superior.
Conclusão
O cooperativismo surge como uma poderosa ferramenta para a construção de organizações verdadeiramente diversas, equitativas e inclusivas.
Por sua natureza democrática e colaborativa, esse modelo não apenas abre espaço para a participação ativa de diferentes grupos, mas também garante que todos sejam valorizados e tenham acesso às mesmas oportunidades de crescimento e contribuição.
Implementar práticas cooperativistas pode trazer inúmeros benefícios, desde o aumento da produtividade até a criação de um ambiente de trabalho mais saudável e eficiente.
As empresas que adotam o cooperativismo podem alcançar um desempenho superior e uma sustentabilidade a longo prazo, alinhando os objetivos estratégicos da organização com as necessidades e expectativas dos seus membros.