A nova Lei da Reciprocidade Econômica, assinada pelo governo Lula em 14 de julho, permite que o Brasil reaja com medidas econômicas a tarifas impostas por outros países, inclusive os Estados Unidos.
Mas especialistas ouvidos pela CNN Brasil alertam para o risco de um efeito rebote que pode trazer mais prejuízos ao país.
Segundo o analista Leonardo Neves, da Constância Investimentos, “não tem como entrar numa batalha comercial com os Estados Unidos, dependemos muito mais deles do que eles da gente… uma estratégia não muito inteligente”.
De janeiro a junho, o Brasil exportou US$ 20 bilhões aos EUA, enquanto importou US$ 21,7 bilhões, gerando um déficit de US$ 1,675 bilhão.
Outros economistas alertam que se beneficiar da reciprocidade pode prejudicar a balança comercial, a influência internacional do Brasil, e até aumentar a inflação, especialmente em produtos importados e insumos essenciais.
Crédito com visão internacional e resiliência
Enquanto governos e grandes empresas se debatem com medidas comerciais e tarifas incertas, o cooperativismo financeiro se mostra um caminho mais resiliente e orientado pelo coletivo. Veja como:
- Proteção local contra choques externos
Cooperativas de crédito, como Sicoob e Sicredi, estão mais conectadas às atividades regionais, elas distribuem melhor o impacto de flutuações comerciais por serem guiadas pelas necessidades dos cooperados, e não por pressão por lucro imediato. - Tomada de decisão participativa frente a crises externas
Em assembleias, cooperados podem debater e aprovar estratégias para enfrentar cenários como barreiras comerciais e aumento de custos, com governança transparente e compartilhada. - Educação financeira orientada para contingências globais
Em momentos de instabilidade, cooperativas oferecem palestras e orientações com foco em compras, exportações e importações, ajudando pequenos empresários e produtores rurais a se prepararem para variações como efeito da reciprocidade.
Foto: Dominik Lückmann/Unsplash
