A Alphabet, controladora do Google, vem ganhando destaque no mercado de semicondutores com o avanço de seus chips proprietários, as unidades de processamento tensorial (TPUs). Segundo a Bloomberg, cresce a percepção de que essa tecnologia pode se tornar um dos principais vetores de expansão da empresa nos próximos anos.
O movimento se reflete no desempenho das ações: a valorização de 31% no quarto trimestre colocou a Alphabet entre os dez maiores destaques do S&P 500. As TPUs, já fundamentais para o Google Cloud, reforçam o otimismo de investidores diante da busca global por alternativas mais acessíveis aos chips tradicionais.
Internamente tratadas como ativo estratégico, as TPUs começam a ser vistas pelo mercado como potencial produto de escala. Estimativas de Gil Luria, analista da DA Davidson, sugerem que a comercialização ampla desses chips pode originar um negócio de até US$ 900 bilhões.
Para ele, a procura por alternativas à Nvidia pode permitir que as TPUs alcancem até 20% do mercado de IA nos próximos anos.
Além do custo mais baixo em relação aos chips convencionais, o desempenho do modelo Gemini, otimizado para essa arquitetura, fortaleceu ainda mais o interesse. Negociações recentes com Anthropic e Meta ampliaram essa expectativa.
As projeções do Morgan Stanley indicam que a Alphabet pode vender milhões de TPUs nos próximos anos.
Segundo o banco, cada lote de 500 mil unidades adicionaria cerca de US$ 13 bilhões à receita anual da companhia. Apesar das expectativas elevadas, analistas observam que as ações ainda negociam a múltiplos menores do que os de outras grandes empresas de tecnologia.
Para gestores, a Alphabet mantém trajetória consistente para transformar seus chips em uma nova e relevante fonte de receita, em meio a um mercado marcado por forte competição e crescente demanda por infraestrutura de IA.
Foto: Mitchell Luo/Unsplash

