A Alphabet voltou ao centro das atenções no setor de inteligência artificial após apresentar duas novidades estratégicas: o modelo Gemini 3 e o chip Ironwood, sua nova geração de TPUs.
Os anúncios reforçaram a aposta da empresa em combinar avanços de hardware e software, reposicionando o Google em uma disputa acirrada que envolve OpenAI, Anthropic e outras gigantes do setor.
O Gemini 3 foi desenvolvido para responder com maior precisão, exigindo menos instruções e oferecendo resultados mais diretos.
Já o Ironwood, sétima geração de chips da companhia, foi projetado para lidar com grandes modelos de dados com maior eficiência energética e computacional.
A combinação dos dois produtos marcou um momento importante para a Alphabet, após críticas anteriores relacionadas ao desempenho de lançamentos voltados à IA.
A recepção do mercado foi imediata. As ações da Alphabet subiram mais de 5% após os anúncios e acumularam alta adicional na semana anterior.
A CNBC também destacou que a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, revelou uma posição acionária de US$ 4,3 bilhões na empresa. Marc Benioff, CEO da Salesforce, afirmou que a experiência com o Gemini 3 representa um avanço substancial em relação a modelos anteriores de IA.
O Google também conta com um patrimônio de dados considerado difícil de igualar. A base de vídeos do YouTube, por exemplo, amplia sua capacidade de treinar modelos multimodais.
Para analistas, essa vantagem permite ajustar os sistemas para melhor desempenho em chips internos e reforçar a oferta corporativa por meio do Google Cloud. Mike Gualtieri, vice-presidente da Forrester Research, apontou que esse volume de dados representa um diferencial relevante na competitividade do setor.
Apesar da evolução, o cenário permanece desafiador. A Anthropic lançou recentemente o modelo Opus 4.5 e a OpenAI segue aprimorando o GPT-5. Especialistas alertam que o custo crescente para desenvolver modelos avançados exige que as empresas ampliem rapidamente sua infraestrutura.
No caso do Google, estimativas sugerem a necessidade de dobrar sua capacidade de atendimento a cada seis meses para acompanhar a demanda.
Ainda assim, o alinhamento entre hardware, nuvem e modelos próprios coloca a Alphabet em posição favorável para fortalecer sua atuação na inteligência artificial, desde que consiga manter o ritmo de desenvolvimento e a consistência de seus produtos.
Foto: Pawel Czerwinski/Unsplash

