A capital paulista sediou, nesta quarta-feira (8), a edição Mata Atlântica dos Diálogos pelo Clima, iniciativa da Embrapa inserida na Jornada pelo Clima em preparação para a COP30.
O encontro reuniu lideranças da pesquisa, do setor produtivo e do cooperativismo para discutir estratégias de mitigação, adaptação e governança territorial frente às mudanças climáticas.
O Sistema OCB foi representado por Fabíola Nader Motta, gerente-geral da Organização das Cooperativas Brasileiras.
Na abertura, Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, destacou a importância de alinhar o conhecimento científico às políticas públicas e práticas produtivas.
O evento contou com painéis sobre negociações climáticas, perspectivas setoriais, com especialistas em bioinsumos, agricultura familiar e mercado, e inovação e financiamento climático, com nomes como Carlos Nobre, climatologista, e representantes do setor financeiro e de tecnologia.
Em sua fala, Fabíola Nader Motta ressaltou o potencial do cooperativismo para liderar a transição rumo a uma economia de baixo carbono.
“As cooperativas têm esse papel de levar o desenvolvimento lá na ponta. A ONU declarou 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas porque acredita que, onde tem cooperativa, tem desenvolvimento também”, afirmou.
Ela destacou que o plano de ação do cooperativismo para a COP30 vem sendo implementado desde o ano passado, com eixos voltados à sustentabilidade, inclusão e inovação.
Segundo Fabíola, o movimento reúne 4.384 cooperativas, 25,8 milhões de cooperados e receitas de R$ 757,9 bilhões, gerando 578 mil empregos diretos, números que evidenciam sua capacidade de mobilização territorial.
“A força das cooperativas está na combinação entre tecnologia, governança local e compromisso com a sustentabilidade. Temos presença territorial e capacidade de transformar boas práticas em escala”, acrescentou.
A gerente-geral defendeu a ampliação do acesso das cooperativas aos mecanismos de financiamento climático e a inclusão do setor nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Brasil.
“Sem acesso a crédito verde e capacitação, boa prática fica no papel, precisamos de políticas que descentralizem recursos e apoiem a transição justa no campo”, pontuou.
Os painéis também abordaram temas como agricultura conservacionista, saúde do solo, bioinsumos, inclusão socioprodutiva e digitalização de pequenos produtores. Representantes de cooperativas, bancos e empresas de tecnologia apresentaram soluções para monitoramento ambiental e combate à desinformação científica.
O Sistema OCB apresentou suas ações preparatórias para a COP30, incluindo imersões em cooperativas, formações em mudança climática e inventários de emissões, além da oferta de cursos sobre créditos de carbono na plataforma CapacitaCoop.
Ao encerrar sua fala, Fabíola destacou a confiança do setor no protagonismo cooperativo para o futuro sustentável:
“O modelo cooperativo é a solução que o mundo precisa. Ele mostra que é possível crescer e incluir ao mesmo tempo, com equilíbrio entre economia, sociedade e meio ambiente.”

