As três maiores empresas de tecnologia do mundo, Microsoft, Meta e Alphabet (controladora do Google), divulgaram nesta quarta-feira (29) resultados trimestrais acima das expectativas do mercado, reforçando que a corrida pelos investimentos em inteligência artificial (IA) segue em ritmo acelerado.
A Microsoft registrou aumento de 18% na receita total, atingindo US$ 77,67 bilhões, enquanto a Meta chegou a US$ 51,2 bilhões. Já a Alphabet alcançou pela primeira vez uma receita trimestral superior a US$ 100 bilhões, consolidando-se como uma das companhias mais lucrativas do setor.
Todas anunciaram planos de expansão em chips e data centers, infraestrutura essencial para sustentar a IA generativa e os grandes modelos de linguagem que vêm impulsionando seus negócios.
Apesar dos bons números das concorrentes, foi a Alphabet que mais agradou os investidores. Conforme a Reuters, as ações da empresa subiram 7,3% nas negociações pré-mercado, enquanto Meta e Microsoft registraram quedas de 7% e 3%, respectivamente.
A diferença está na capacidade de financiamento próprio. Segundo analistas, a Alphabet conseguiu equilibrar os gastos com IA e data centers sem comprometer o fluxo de caixa, algo que trouxe mais segurança aos investidores.
“Todos estão aumentando gastos, mas há preocupação com o fluxo de caixa livre. O equilíbrio da Alphabet oferece mais previsibilidade”, avaliou Dave Heger, analista sênior da Edward Jones.
No trimestre encerrado em outubro, os investimentos da Alphabet representaram 49% de seu fluxo de caixa, contra 64,6% da Meta e 77,5% da Microsoft, o que mostra uma estratégia de expansão mais controlada.
Para Josh Gilbert, analista da eToro, o movimento mostra que o setor de tecnologia vive um novo ciclo de infraestrutura, com foco em data centers e chips de IA.
“A Alphabet está investindo pesadamente, mas mantendo a operação a todo vapor. É o diferencial dela frente às concorrentes”, afirmou.
Mesmo com o entusiasmo, os analistas alertam para a cautela do mercado. Ainda há dúvidas sobre o retorno financeiro direto dos investimentos em IA, já que as empresas não detalham quanto dessas tecnologias contribui efetivamente para a receita.
Além disso, cresce a preocupação com uma “bolha de IA”, diante dos acordos bilionários cruzados entre as próprias big techs.
Apesar dos riscos, o consenso é que os investimentos em inteligência artificial continuarão a definir o ritmo e o poder competitivo das gigantes de tecnologia, e, por enquanto, a Alphabet lidera essa corrida.
Foto: BoliviaInteligente/Unsplash

