As vítimas de fraudes envolvendo Pix passam a ter mais uma ferramenta para tentar reaver valores perdidos.
Desde domingo (23), estão em vigor as novas regras do Banco Central que ampliam o alcance do Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado para facilitar a recuperação de recursos desviados em golpes, fraudes ou situações de coerção.
O BC informou que o MED passará a rastrear o “caminho do dinheiro”, permitindo que a devolução seja solicitada não apenas à primeira conta que recebeu os valores da vítima, mas também a contas subsequentes usadas pelos fraudadores.
A nova funcionalidade é opcional para as instituições financeiras neste momento e passa a ser obrigatória a partir de 2 de fevereiro de 2026.
O avanço ocorre em um cenário de maior prejuízo para os usuários do sistema de pagamentos. Dados obtidos pelo Broadcast via Lei de Acesso à Informação indicam que as fraudes com Pix somaram R$ 4,941 bilhões no acumulado de 2024, aumento de 70% em relação aos R$ 2,911 bilhões registrados em 2023.
Hoje, a devolução só pode ser feita a partir da conta originalmente usada no golpe. Como fraudadores costumam transferir rapidamente o dinheiro para outras contas, é comum que, ao registrar a reclamação, a conta inicial esteja vazia, impedindo o retorno dos valores.
A ampliação do rastreamento busca reduzir esse gargalo e aumentar as chances de ressarcimento às vítimas.
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