cooperativismo

Onde surgiu o cooperativismo? Uma jornada histórica até os dias atuais

O cooperativismo é muito mais do que um modelo de organização: é um movimento global que conecta pessoas com interesses comuns em torno de um objetivo coletivo. Ao longo dos séculos, essa filosofia de cooperação se transformou em uma das formas mais resilientes e democráticas de organização econômica e social.

Mas você já se perguntou onde, como e por que o cooperativismo surgiu?
Neste artigo, exploramos as origens históricas do cooperativismo, apresentamos uma linha do tempo com marcos fundamentais e mostramos como esse modelo cresceu até se tornar parte essencial da economia mundial, inclusive no Brasil.

O que é cooperativismo?

Antes de falarmos da origem, é essencial reforçar o conceito.

Cooperativismo é um modelo socioeconômico baseado na união de pessoas em torno de interesses comuns, com foco na autogestão, na participação democrática e no desenvolvimento coletivo.

A base está na cooperação: cada membro contribui, participa das decisões e compartilha os resultados de forma proporcional e justa.

O modelo cooperativo pode ser aplicado em diversas áreas da economia, como:

  • Agricultura
  • Saúde
  • Educação
  • Finanças
  • Produção industrial
  • Prestação de serviços

As cooperativas não têm fins lucrativos no sentido tradicional: o objetivo principal é atender às necessidades de seus membros, não gerar lucros para investidores externos.

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Linha do tempo: a história do cooperativismo em marcos

A seguir, uma breve linha do tempo com os principais acontecimentos que moldaram o cooperativismo como o conhecemos hoje:

1761 – Primeiras ideias cooperativistas (Escócia)

Surge na cidade de Fenwick, na Escócia, uma das primeiras iniciativas cooperativas conhecidas: a “Fenwick Weavers’ Society”.
Era uma associação de tecelões que se organizavam para comprar alimentos em grupo e distribuir entre seus membros a preços justos.

1828 – Robert Owen e os experimentos cooperativos

O industrial galês Robert Owen foi um dos primeiros a defender publicamente a ideia de uma economia baseada na cooperação e não na competição.
Em New Lanark (Escócia), ele aplicou práticas que inspirariam o cooperativismo moderno, incluindo salários justos, educação gratuita e moradia digna para trabalhadores.

1844 – Fundação da primeira cooperativa moderna: Rochdale (Inglaterra)

Na cidade industrial de Rochdale, no norte da Inglaterra, um grupo de 28 trabalhadores fundou a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale.

Essa cooperativa de consumo vendia alimentos básicos a preços acessíveis. Mais do que isso, estabeleceu os sete princípios cooperativistas que orientam ainda hoje as cooperativas no mundo todo:

  1. Adesão livre e voluntária
  2. Gestão democrática pelos membros
  3. Participação econômica dos membros
  4. Autonomia e independência
  5. Educação, formação e informação
  6. Intercooperação
  7. Interesse pela comunidade

1850–1900 – Difusão do modelo cooperativo pela Europa e Américas

Inspiradas por Rochdale, novas cooperativas começaram a surgir na França, Alemanha, Itália e depois nos Estados Unidos e América Latina, cada uma adaptando o modelo à sua realidade econômica.

BR 1889 – Primeira cooperativa brasileira: Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto (MG)

No Brasil, o cooperativismo chegou no final do século XIX. Essa primeira experiência buscava oferecer melhores condições de consumo para funcionários públicos.

1969 – Fundação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)

A criação da OCB marca um avanço institucional: ela se torna a principal representante do cooperativismo no país, articulando, promovendo e defendendo os interesses das cooperativas brasileiras.

Hoje – Mais de 3 milhões de cooperativas no mundo

Atualmente, existem mais de 3 milhões de cooperativas em funcionamento no mundo, segundo dados da Aliança Cooperativa Internacional (ACI). No Brasil, são mais de 4.800 cooperativas ativas, com mais de 20 milhões de cooperados.

Por que o cooperativismo se espalhou?

A força do cooperativismo vem da sua capacidade de se adaptar a diferentes contextos sociais e econômicos, sempre colocando o ser humano no centro da organização.

Entre os fatores que explicam sua expansão, destacam-se:

  • Facilidade de acesso a bens e serviços em regiões carentes
  • Modelo mais justo de distribuição de resultados
  • Participação democrática dos membros
  • Capacidade de gerar emprego e renda com autonomia
  • Estrutura legal sólida e reconhecida globalmente

Quais são os benefícios do cooperativismo?

O cooperativismo não cresceu por acaso. Ele oferece uma série de vantagens que impactam diretamente os cooperados, as empresas parceiras e a sociedade em geral:

  • Participação ativa nas decisões
  • Distribuição proporcional dos resultados
  • Fortalecimento da economia local
  • Desenvolvimento social e profissional
  • Estrutura legal regularizada
  • Estímulo à educação e à autogestão
  • Apoio mútuo e sentimento de pertencimento

Além disso, o modelo cooperativo é considerado uma alternativa viável em cenários de crise, desemprego ou informalidade, por valorizar a colaboração e o coletivo.

Conclusão

O cooperativismo nasceu em resposta a um contexto difícil: exploração, escassez e desigualdade. Mas a solução criada por trabalhadores há mais de 175 anos segue atual e mais necessária do que nunca.

Entender onde o cooperativismo surgiu é também compreender por que ele continua crescendo: porque promove autonomia, participação, justiça e desenvolvimento.

Hoje, esse modelo já impacta milhões de pessoas e segue se expandindo, no campo, nas cidades, na saúde, na educação, na tecnologia e, claro, no trabalho.

Se você quer fazer parte de um movimento que une propósito e resultado, o cooperativismo pode ser o caminho ideal para a sua jornada.

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