A OpenAI avança em seu projeto mais ambicioso desde o lançamento do ChatGPT, apostando em transformar o aplicativo em uma plataforma central da vida digital.
Com novas integrações e funções, o sistema quer ir além do chat e se tornar um espaço onde usuários poderão criar, comprar, estudar e navegar na web sem sair do app.
Nos últimos três anos, a empresa de Sam Altman consolidou-se como símbolo do boom da inteligência artificial, expandindo sua atuação para áreas como comércio eletrônico, educação, entretenimento e serviços públicos.
Segundo a CNN, o plano é posicionar o ChatGPT como ponto de partida para as interações digitais do futuro.
O crescimento da OpenAI exige investimentos bilionários em infraestrutura. A empresa planeja instalar 6 gigawatts de capacidade em data centers baseados em chips AMD, além de expandir parcerias com a Nvidia, Oracle e SoftBank, esta última por meio do megaprojeto Stargate, que pode chegar a US$ 500 bilhões.
A estratégia busca sustentar o consumo crescente de computação exigido por modelos cada vez mais poderosos.
No entanto, o custo é alto: a OpenAI fechou 2025 com prejuízo de cerca de R$ 42 bilhões, e ainda depende de novos aportes para continuar competindo com gigantes como Google, Meta e Microsoft.
“O ChatGPT não concorre com o Copilot. Ele concorre com todo o ecossistema Microsoft”, afirmou Daniel Keum, professor da Columbia Business School.
Entre as novidades mais recentes do ChatGPT estão:
- Integrações com Spotify e Zillow, permitindo criar playlists e buscar imóveis diretamente no chat;
- Instant Checkout, para comprar produtos dentro do aplicativo;
- Modo de estudo, com respostas adaptadas ao perfil de cada aluno;
- Sora 2, app de vídeos curtos gerados por IA, em um movimento para rivalizar com TikTok e Meta.
Com mais de 800 milhões de usuários semanais, a OpenAI tenta repetir o sucesso de empresas que moldaram a web moderna, mas agora com uma aposta mais profunda: a integração completa entre inteligência artificial e vida cotidiana.
“O Google tem presença em tudo que vemos na internet. A OpenAI quer ir além disso”, disse Thomas Thiele, especialista em IA da consultoria Arthur D. Little.
Para acompanhar o ritmo dos concorrentes, a OpenAI deve continuar sua expansão agressiva, investindo em tecnologia e dispositivos próprios, um deles em parceria com Jony Ive, ex-designer da Apple.
Ainda não está claro se o modelo de centralizar a experiência digital dentro do ChatGPT é sustentável a longo prazo. Mas, para Sam Altman, a aposta é clara: o futuro da internet pode começar dentro de uma única janela de conversa.

