A OpenAI e a Microsoft assinaram, nesta quinta-feira (11), um memorando de entendimento não vinculativo (MOU) para revisar os termos de sua parceria.
O anúncio acontece em meio às negociações sobre a reestruturação da OpenAI, que pretende converter sua subsidiária com fins lucrativos em uma public benefit corporation (PBC).
Em comunicado conjunto, as empresas afirmaram: “Microsoft e OpenAI assinaram um memorando de entendimento não vinculativo para a próxima fase de nossa parceria. Estamos trabalhando ativamente para finalizar os termos contratuais em um acordo definitivo. Juntos, permanecemos focados em oferecer as melhores ferramentas de IA para todos, fundamentadas em nosso compromisso compartilhado com a segurança.”
A mudança depende da aprovação de procuradores-gerais da Califórnia e de Delaware. Caso confirmada, permitirá à OpenAI captar novos investimentos e, futuramente, abrir capital.
Segundo Bret Taylor, presidente do conselho da startup, a organização sem fins lucrativos seguirá existindo e manterá o controle da operação, além de deter participação na nova PBC avaliada em mais de US$ 100 bilhões. “Continuaremos a trabalhar com os procuradores-gerais da Califórnia e de Delaware no plano de transição”, afirmou.
Desde 2019, a Microsoft já comprometeu mais de US$ 13 bilhões na OpenAI e se tornou sua principal parceira em infraestrutura de nuvem. Mas, com a avaliação da startup hoje estimada em US$ 500 bilhões, a relação ficou mais complexa.
A OpenAI busca diversificar seus parceiros: firmou um contrato de US$ 300 bilhões com a Oracle, válido a partir de 2027, e também parcerias com o SoftBank no projeto Stargate.
Entre os pontos de atrito com a Microsoft estão cláusulas sobre acesso a tecnologias em caso de inteligência artificial geral (IAG) e disputas por aquisições estratégicas, como a startup Windsurf, posteriormente absorvida pelo Google e pela Cognition.
A reestruturação também está no centro de disputas judiciais. Elon Musk, cofundador da OpenAI, processou a organização sob alegação de que a mudança contraria sua missão original de atuar sem fins lucrativos. O empresário chegou a oferecer US$ 97 bilhões pela companhia, mas a proposta foi rejeitada.
Entidades como Encode e The Midas Project também criticam a transição, alegando risco à missão original da startup. A OpenAI, por sua vez, acusa essas organizações de terem vínculos financeiros com concorrentes, incluindo Musk e Mark Zuckerberg, o que é negado por ambas.
Apesar das tentativas de diversificação, Microsoft e OpenAI seguem profundamente conectadas. O Azure, plataforma de nuvem da Microsoft, se tornou um negócio anual de US$ 75 bilhões, em grande parte sustentado pelos serviços associados à OpenAI.

