Apesar da tensão comercial causada pela entrada em vigor da sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, recebeu nesta quinta-feira (7), fora de agenda, o encarregado de negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar.
O encontro ocorreu na sede do MDIC, em Brasília, um dia depois do “tarifaço” iniciar sua vigência, afetando cerca de 35,9% das exportações brasileiras, conforme estimativas do Ministério do Desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, produtos estratégicos como aeronaves civis, suco de laranja, petróleo, fertilizantes e veículos permaneceram na lista de exceções. A representação diplomática confirmou a reunião, mas não divulgou detalhes sobre os temas tratados.
Por sua vez, a assessoria de Alckmin informou que o foco foi “dialogar sobre as relações bilaterais”, sugerindo abertura para tratar de aspectos além das tarifas, como data centers, empresas de tecnologia e mineração estratégica.
Na abertura da reunião, Alckmin enfatizou que o Brasil não pretende adotar uma postura de submissão, nem retaliar, mas está comprometido em negociar e buscar soluções diplomáticas para a crise comercial.
Em paralelo, o governo finaliza um plano de contingência que deve incluir medidas como liberação de crédito com juros reduzidos, compra governamental de produtos afetados e recriação do Programa Seguro-Emprego, conforme confirmou o próprio vice-presidente.
Além da diplomacia, o encarregado de negócios dos EUA também se encontrou com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad, e teve agenda na Câmara dos Deputados, reforçando a interlocução direta com segmentos estratégicos na articulação frente aos Estados Unidos
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
