O Índice de Confiança de Serviços (ICS) da Fundação Getúlio Vargas subiu 1,9 ponto em setembro, atingindo 89,0 pontos, e interrompeu uma sequência de três quedas consecutivas.
O avanço foi sustentado pela melhora tanto na percepção sobre a situação atual quanto nas expectativas para os próximos meses.
Segundo Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE, a alta reflete uma compensação parcial das perdas anteriores.
“A melhora na percepção da situação atual compensa parte da queda dos últimos meses. Em relação ao futuro, a evolução pontual dos indicadores tem uma característica de compensação pelas quedas observadas em um passado recente”, afirmou.
O Índice de Situação Atual avançou 2,7 pontos, para 93,9 pontos, o maior nível desde maio, quando chegou a 94,2 pontos. Já o Índice de Expectativas cresceu 1,1 ponto, alcançando 84,2 pontos. Ambos voltaram a registrar alta após três meses seguidos de recuo.
Apesar do resultado positivo, Pacini destaca que o setor continua cauteloso: “Esse resultado sugere que os empresários permanecem com um olhar mais pessimista para o fim do ano, seguindo em linha com a política monetária contracionista.”
A decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% ao ano reforça esse cenário de prudência.
Na ata da reunião, o BC afirmou que o novo estágio da política monetária prevê juros elevados por longo período para assegurar a convergência da inflação à meta.
A FGV aponta que os serviços prestados às famílias e o segmento de telecomunicações foram os que mais contribuíram para a melhora no índice em setembro, indicando que parte da demanda se manteve resiliente mesmo diante de um cenário macroeconômico restritivo.
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