O número de mulheres nas cooperativas está aumentando significativamente e isso é uma bela notícia. Afinal, quando olhamos para trás as coisas eram bem diferentes. A primeira cooperativa moderna surgiu em 1855, em uma cidade da Inglaterra chamada Rochdale-Manchester. Na ocasião, um grupo de 28 tecelões, procurava uma forma econômica de atuar no mercado.
Os trabalhadores, então, resolveram se unir para criar uma válvula de escape diante do capitalismo. Assim, surgiu a Rochdale Quitable Pioneers Society Limited (Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale), com a presença de Eliza Brierley.
A entrada das mulheres no mundo cooperativista
No período em que nasceu a primeira cooperativa, as mulheres não tinham direitos legais ou civis, mas Eliza Brierley resolveu contrariar as regras. Foi a única operária a fazer parte da associação de Rochdale, segundo a revista Mundo Coop. No entanto, ela era excluída da participação econômica igualitária da sociedade.
Eliza desafiou o sistema e foi uma grande motivação para que as mulheres aderissem a esse novo modelo socioeconômico que aparecia no mundo. Em 1893, foi fundada em Edimburgo a primeira reunião feminina dedicada ao movimento cooperativo, tendo Alice Acland como primeira presidente.
O cenário atual
Já no século XXI, as mulheres têm conquistado cada vez mais seu merecido espaço nas cooperativas Brasil afora. Com o tempo, foi se criando uma concepção sobre o que significa cooperativismo e o mais importante dos 7 princípios diz que não deve haver discriminação quanto ao sexo. Também em relação à raça, religião, classe ou ideologia. O que expressa os valores de liberdade e igualdade do movimento.
Os princípios, portanto, deram voz às mulheres, a capacidade de terem palavra igual à dos homens na tomada de decisões. E essa é uma das vantagens da cooperativa. Não à toa, que no país 48% das vagas de trabalho em associações são preenchidas por mulheres. Hoje, elas são 4,8 nesse movimento, que recebe 14 milhões de pessoas ao todo.
As ideias cooperativistas possibilitaram, ainda, que o público feminino assumisse papéis de liderança. No entanto, a relação é baixa quando falamos de cargos de direção. Apenas 24% delas ocupam tal função.
Funções de liderança em cooperativa de trabalho
Apesar das brasileiras lutarem para chegar ao topo de uma cooperativa, os números mundiais são um acalento. O site norte-americano Common Share Food Coop realizou um estudo sobre a participação da mulher em determinados ramos do cooperativismo. A análise é baseada em uma pesquisa feita pelo Comitê para a Promoção e Avanço das Cooperativas (COPAC).
Na Espanha, por exemplo, 40% das mulheres ocupam funções de liderança em cooperativa de trabalho. Entretanto, é claro que existe, mesmo assim, um longo caminho a percorrer.